sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Família dividida
Aqui ainda eram todos fiéis a D. CavaKini. Depois "cresceram" e formaram as suas próprias "famílias". D. CavaKini não gostou muito, pois D. Socratini estava a ficar com todos os "negócios".Temia que o poder policial se virasse. E para desgosto de D. Cavakini virou mesmo e dois já estão atrás das grades, apesar de ter sido muito difícil manter o Manelito cá fora.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A dita Kryze
Reparem só nesta coincidência! Aqui há muitos anos, Hitler tentou controlar a Europa através do poder dos canhões. Actualmente os alemães tentam novamente controlar a Europa mas agora através do poder da Economia. Sempre que os alemães possuem qualquer tipo de poder, vem ao de cima o seu carácter expansionista. Com amigos como estes, é caso para dizer que não precisamos de inimigos.O governo alemão já deve ter um ministro para cada país europeu. Mas a "resistência" é possível, apesar dos nossos líderes serem uns fantoches nas mãos da senhora Merkel.Vou-vos deixar agora um vídeo sobre a crise actual.
"Acorrentados à crise"
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Fernando Pessoa
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Alvaro de Campos
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
domingo, 16 de outubro de 2011
pulitika

Apenas 25% do défice é do sector público. Os outros 75% são do sector privado. E 40% destes são dos Bancos( a fina flor da nossa economia ).
No entanto são os funcinários públicos os responsáveis pelo défice.........
Sim porque os privados não usufruem nada do estado... A educação pública, a saúde pública, etc., são só para esses malandros dos funcionários públicos... então agora façam favor de pagar a despesa...
Andamos nós há quase 40 anos a ser governados por esta cambada de incompetentes, obviamente uns mais que outros, que fazem o que bem lhes apetece e saem impunes como se nada se tivesse passado. Aliás alguns ainda são compensados com uns aninhos a viver num palácio.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
CULAMBISTAS
Miguel Esteves Cardoso
"Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.
Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu.
Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu.
Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing. Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.
(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês."
Vi este texto de Miguel Esteves Cardoso, que retrata perfeitamente o que se passa hoje. Quem não tem ao lado a trabalhar um ou uma culambista. E aqueles e aquelas que estão sempre disponíveis para qualquer culambista que apareça!
"Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.
Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu.
Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu.
Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing. Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.
(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês."
Vi este texto de Miguel Esteves Cardoso, que retrata perfeitamente o que se passa hoje. Quem não tem ao lado a trabalhar um ou uma culambista. E aqueles e aquelas que estão sempre disponíveis para qualquer culambista que apareça!
terça-feira, 12 de julho de 2011
Mercados
Como é que estes políticos que sempre defenderam os mercados, apesar da crise financeira de 2008, vêm agora reclamar da falta de regulação das agências de notação? E os economistas made in "Wall Street", que têm advogado que os mercados e respectivas agências de notação são o futuro dos nossos tempos? Amarga não é verdade? Cambada de incompetentes. Como é que alguém se diz entendido em economia e defende aquilo que até os mais leigos já perceberam que se trata de pura especulação?
Mercados, só o da Ribeira ou de Campo de Ourique onde um melão continua a ser um melão para quem compra e para quem vende. Aqui sim é caso para dizer que ficámos com um grande melão.
Sr. Dr. Cavaco, ou parafraseando A. J. Jardim, Sr. Silva, não foi o senhor que disse que Portugal tinha que cumprir a sua obrigação( leia-se dar o coiro) que os mercados iriam acalmar? Criaram o monstro, agora peguem-no de caras, como os forcados fazem aos toiros.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Fernando Pessoa
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa
domingo, 3 de julho de 2011
SERÁ DA ÁGUA QUE BEBEM?
Andaram todos na mesma escola.Nem tivemos direito a um tempinho para descansar.
PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS, CONTRADIÇÕES, MENTIRAS e que mais virá por aí!
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Bocage (poema)
O Leão e o Porco
O rei dos animais, o rugidor leão,
Com o porco engraçou, não sei por que razão.
Quis empregá-lo bem para tirar-lhe a sorna
(A quem torpe nasceu nenhum enfeite adorna):
Deu-lhe alta dignidade, e rendas competentes,
Poder de despachar os brutos pretendentes,
De reprimir os maus, fazer aos bons justiça,
E assim cuidou vencer-lhe a natural preguiça;
Mas em vão, porque o porco é bom só para assar,
E a sua ocupação dormir, comer, fossar.
Notando-lhe a ignorância, o desmazelo, a incúria,
Soltavam contra ele injúria sobre injúria
Os outros animais, dizendo-lhe com ira:
«Ora o que o berço dá, somente a cova o tira!»
E ele, apenas grunhindo a vilipêndios tais,
Ficava muito enxuto. Atenção nisto, ó pais!
Dos filhos para o génio olhai com madureza;
O rei dos animais, o rugidor leão,
Com o porco engraçou, não sei por que razão.
Quis empregá-lo bem para tirar-lhe a sorna
(A quem torpe nasceu nenhum enfeite adorna):
Deu-lhe alta dignidade, e rendas competentes,
Poder de despachar os brutos pretendentes,
De reprimir os maus, fazer aos bons justiça,
E assim cuidou vencer-lhe a natural preguiça;
Mas em vão, porque o porco é bom só para assar,
E a sua ocupação dormir, comer, fossar.
Notando-lhe a ignorância, o desmazelo, a incúria,
Soltavam contra ele injúria sobre injúria
Os outros animais, dizendo-lhe com ira:
«Ora o que o berço dá, somente a cova o tira!»
E ele, apenas grunhindo a vilipêndios tais,
Ficava muito enxuto. Atenção nisto, ó pais!
Dos filhos para o génio olhai com madureza;
Não há poder algum que mude a natureza:
Um porco há-de ser porco, inda que o rei dos bichos
O faça cortesão pelos seus vãos caprichos.
Bocage, in 'Fábulas'
quarta-feira, 22 de junho de 2011
O Fim do Pesadelo
Volto a este título, porque me parece que o último post com este título causou algum mal entendido junto de algumas pessoas que faziam parte da ex-direcção do Agrupamento de Escolas S. Vicente-Telheiras. A interpretação que deram ao texto não corresponde minimamente àquilo que pretendi dizer.Aliás seria de todo injusto pelo trabalho realizado por estas pessoas. Neste texto vou tentar esclarecer alguns destes mal entendidos, porque pela consideração que algumas dessas pessoas me merecem, a última coisa que me passaria pela cabeça seria melindrá-las fosse de que maneira fosse. Quando me refiro à mudança de ciclo e a todas as outras afirmações, estou apenas a referir-me ao ex-director, como eu achava que parecia óbvio. Não me moveu qualquer sentimento relativamente aos outros ex-membros da Direcção.Passando então a situações mais concretas. Sobre as mentiras, não vou entrar em pormenores, mas deixo aqui algumas perguntas.
1. Como é que o ex-director explicou a toda a comunidade educativa a inexistência de uma página electrónica do Agrupamento devidamente actualizada?
2.Quais foram as explicações dadas pelo ex-director sobre o deficiente relatório de auto-avaliação do Agrupamento?
3.Qual foi a explicação dada pelo ex-director para a alteração do procedimento do apoio da Acção Social Escolar para a aquisição de manuais escolares dos alunos?
etc., etc., etc.
As respostas dadas a estas perguntas penso ilustrarem bem algumas afirmações que faço.
Sobre o "faz que faz", toda a gente sabe quem trabalhava, e quem apenas mandava bitaites.
Outra situação que penso ter sido mal interpretada foi aquela em que me referi aos valores privilegiados pelo ex-director, ou seja : subserviência, medo e "yes man", aliás "yes women". Isto é uma referênia aos valores privilegiados pelo ex-director, e não mais que isso. Aliás a sua demissão deve-se exactamente à não satisfação destes valores. O estado em que está o Agrupamento é uma avaliação que faço no uso da minha liberdade , e que parece ser comungado por mais gente.
E deixo mais uma pergunta:
-Quantas vezes o ex-director mudou de opinião ao ouvir quem pensasse diferente de si?
Em relação a outras situações concretas, abstenho-me de as expor aqui.
1. Como é que o ex-director explicou a toda a comunidade educativa a inexistência de uma página electrónica do Agrupamento devidamente actualizada?
2.Quais foram as explicações dadas pelo ex-director sobre o deficiente relatório de auto-avaliação do Agrupamento?
3.Qual foi a explicação dada pelo ex-director para a alteração do procedimento do apoio da Acção Social Escolar para a aquisição de manuais escolares dos alunos?
etc., etc., etc.
As respostas dadas a estas perguntas penso ilustrarem bem algumas afirmações que faço.
Sobre o "faz que faz", toda a gente sabe quem trabalhava, e quem apenas mandava bitaites.
Outra situação que penso ter sido mal interpretada foi aquela em que me referi aos valores privilegiados pelo ex-director, ou seja : subserviência, medo e "yes man", aliás "yes women". Isto é uma referênia aos valores privilegiados pelo ex-director, e não mais que isso. Aliás a sua demissão deve-se exactamente à não satisfação destes valores. O estado em que está o Agrupamento é uma avaliação que faço no uso da minha liberdade , e que parece ser comungado por mais gente.
E deixo mais uma pergunta:
-Quantas vezes o ex-director mudou de opinião ao ouvir quem pensasse diferente de si?
Em relação a outras situações concretas, abstenho-me de as expor aqui.
sábado, 21 de maio de 2011
A alma "gitana"
Isso é muito velho, Zé Novo.Os Salazaristas que procuras estão moribundos, tal como os capatazes!O ciclo agora é outro.Parece que andas a dormir na forma. Sobre a história das folhas, vamos esperar! Há as folhas que caem, as que nós arrancamos e as que pensamos fazer. Para isso é preciso matéria prima e alguma criatividade. Enquanto arrumo as minhas ideias, vou deixar este vídeo onde te podes deliciar com a cultura desta comunidade "gitana" que te trarão concerteza excelentes recordações.
sábado, 7 de maio de 2011
A nossa História
Um jovem diplomata português, em diálogo com um colega mais velho:
- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que "deram novos mundos ao mundo", que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia,que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e c de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental? O embaixador sorriu:
- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.
- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de quem descendemos nós?
- Nós descendemos dos que ficaram aqui...
Fernando Pessoa
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã, E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim o porvir. Álvaro de Campos
sexta-feira, 6 de maio de 2011
quarta-feira, 4 de maio de 2011
terça-feira, 3 de maio de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
FMI = VAMPIROS

A propósito da visita do FMI e da notícia do lucro de milhões de euros que teve o FMI em 2010, resultado da "ajuda" a vários países veio-me à memória esta música do Zeca que cantei em várias ocasiões, a última das quais neste concerto no coliseu, e que se adapta perfeitamente à situação que o país atravessa.
domingo, 24 de abril de 2011
Objectivo atingido

O capataz não existe! Não passou de uma figura de ficção, ou melhor "UMA BOLHA" que não aguentou as condições do meio ambiente e se desfez, com a mesma velocidade com que apareceu. Esperemos que os restos da "BOLHA" se afastem o mais possível, apenas por uma questão de saúde ambiental
A Bolha
Olha a bolha d'água
no galho!
Olha o orvalho!
Olha a bolha de vinho
na rolha!
Olha a bolha!
Olha a bolha na mão
que trabalha!
Olha a bolha de sabão
na ponta da palha:
brilha, espelha
e se espalha
Olha a bolha!
Olha a bolha
que molha
a mão do menino:
A bolha da chuva da calha ! Cecília Meireles
terça-feira, 5 de abril de 2011
Florbela Espanca

Não ser
Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!
Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
...
Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!...
segunda-feira, 4 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
David Mourão Ferreira
quinta-feira, 31 de março de 2011
Retrato - Cecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?
segunda-feira, 28 de março de 2011
Estória
Estive a ler esta pequena estória, que com algumas,poucas adaptações, assenta que nem uma luva no capataz. Aqui vai então: A fábula do capataz Esta é a fábula de um capataz que, "stressado", foi um dia ao psiquiatra. Relatou ao médico o seu caso. O psiquiatra, experiente, logo diagnosticou: - O Sr. precisa de se afastar, por duas semanas, da sua actividade profissional. O conveniente é que vá para o interior, isole-se do dia-a-dia e procure algumas actividades que o relaxem. Então, o nosso capataz procurou seguir as orientações recebidas. Munido de vários livros, CDs e PORTÁTIL, mas sem o telemóvel, partiu para a quinta de um amigo. Passados os dois primeiros dias, o nosso capaz já havia lido dois livros e ouvido quase todos os CDs. Porém, continuava inquieto. Pensou, então, que alguma actividade física seria um bom antídoto para a ansiedade que ainda o dominava. Procurou um trabalhador da quinta e pediu-lhe trabalho para fazer. O trabalhador ficou pensativo e, vendo um monte de esterco que havia acabado de chegar, disse ao nosso capataz: - O Senhor pode ir espalhando aquele esterco em toda aquela área que será preparada para o cultivo. Pensou o trabalhador para consigo próprio: "Ele deverá demorar uma semana com esta tarefa". Puro engano! No dia seguinte já o nosso capataz tinha distribuído todo o esterco por toda a área. O trabalhador deu-lhe então a seguinte tarefa: abater 500 galinhas com uma faca. Tarefa que se revelou muito fácil para o capataz ansioso: em menos de 3 horas já estavam todos os galináceos prontos para serem depenados! Pediu logo nova tarefa. O trabalhador disse-lhe então: -Vamos iniciar a colheita de laranjas. O Senhor vá, por favor, ao laranjal e leve consigo três cestos para distribuir as laranjas por tamanhos: pequenas, médias e grandes. Passou o dia e o capataz não regressou com a tarefa cumprida. Preocupado, o trabalhador dirigiu-se ao laranjal. Viu o nosso capataz, com uma laranja na mão, os cestos totalmente vazios, e o capataz a falar sozinho: - Esta é grande? Não, é média. Ou será pequena??? - Esta é pequena? Não, é grande. Ou será média??? - Esta é média. Não, é pequena. Ou será grande??? Moral da história: Espalhar merda e cortar cabeças é fácil. O difícil é tomar decisões certas.
sexta-feira, 25 de março de 2011
******_***_***_******
Para bom entendedor, meia palavra basta!!!!
terça-feira, 22 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Bertold Brecht
quarta-feira, 16 de março de 2011
Carlos Drumond de Andrade

"Por muito tempo achei que a ausência é falta"
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
sexta-feira, 4 de março de 2011
domingo, 27 de fevereiro de 2011
O Capataz foi-se

Finalmente o capataz caíu.E caíu pelos seus próprios meios. A incompetência, a demagogia e a mentira acabam sempre da mesma maneira. O capataz funcionou sempre com expedientes baratos. Pensava que com uma "vaga ideia das coisas" e juntando-lhe um discurso demagógico, de que era perito, conseguia enganar toda a gente. O resultado aí está. É caso para citar o velho ditado, "virou-se o feitiço contra o feiticeiro".Apesar de tudo, causou muitos danos, alguns mesmo irreparáveis e deixou muitas contas por saldar. "Algumas vão ter que ser saldadas". Era muito bom lavar as mãos, que estão bem sujas, e dizer adeus até um dia destes!