terça-feira, 5 de abril de 2011

Florbela Espanca


Não ser

Ah! arrancar às carnes laceradas

Seu mísero segredo de consciência!

Ah! poder ser apenas florescência

De astros em puras noites deslumbradas!

Ser nostálgico choupo ao entardecer,

De ramos graves, plácidos, absortos

Na mágica tarefa de viver!


...


Quem nos deu asas para andar de rastos?

Quem nos deu olhos para ver os astros

- Sem nos dar braços para os alcançar?!...

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